sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Com endereço certo

E eu tô aqui, mais uma vez, escrevendo coias que já foram ditas muitas vezes, gritadas muitas vezes, choradas inúmeras vezes. Escrevo sabendo que você vai ler, que você vai entrar nesse blog para saber o que e sobre quem ando pesando. Sim, esse texto é PARA e SOBRE você. Eu já desisti de esquecer. Esqucer as coisas boas e, principalmente, as ruins que nós passamos. Já percebi que você foi peça que me fez crescer, foi momento único, foi vida que vivi, e que agora se faz morada em outro lugar, na ferida que tento cicatrizar no coração. Penso muito nos nossos dias. Nossa alegria boba de se beijar na rua ou de dar a lua um pro outro (lua que hoje olho e penso em nós). Na nossa dor aguda de quando as palavras ofendiam alguém que só queria o bem. Na nossa felicidade de quando te acordava com um beijo e você não me reconhecia com aqueles olhos de um sono bom. Não tem como apagar tudo isso. Não tem.
Hoje sei que não sofro por saber que tudo acabou do jeito que acabou e as consequências disso tudo. Sofro sim, mas por lembrar do tempo bom que vivi com você e de tudo que fazia de apenas uma hora um momento inesquecível. Nossas fotos, nossos beijos, nossas brincadeiras.
Tinha dezesseis anos, mas podia sentir a alegria dos amores infantis, quando escrever atrás de uma foto uma dedicatória era a coisa mais romântica que se podia fazer. Sei que nesse ponto do texto a nostalgia já deve ter tomado conta do teu coração e se, como eu, as lágrimas estiverem tomado conta do seu rosto, você vai entender o sentimento que deposito nessas palavras.
Você me conhece bem. Sabe o quanto (infelizmente) rancorosa eu sou. Às vezes eu penso que você não sofre, que você nem deve lembrar de nós. Mas o meu racional diz que não é bem assim. Eu paro para analisar e imagino que você deve lembrar. E mais, uma hora ou outra deve sentir por tudo que aconteceu. Acho que não preciso dizer mais uma vez que você perdeu a mulher que mais te amou no mundo. Não é pra me exaltar que digo isso, porque agora eu sei o quanto você tem noção disso.
Tenho medo do que sinto. Medo do rancor que guardo, pois não consigo ver jeito dele sair do coração. Quero que entenda que não sinto sua falta, não te quero aqui comigo.
Quero que tenha noção de que o que vivemos me faz uma falta terrível e que água ainda fica nos meus olhos quando lembro daquele 12 de maio de 2007. Daqui a 10 dias fazem 11 meses que terminamos. Eu não sinto todo esse tempo. Sinto toda essa distância.
E agora dou um ponto final nesse texto. Ponto que eu queria que fosse o de toda essa nostalgia.
Ps: Eu sei que você vai ler esse texto. Eu sinto. Só peço que se cuide. Eu ainda tô orando por você.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Exagerada renitência

Não sei porque lembrei de nós. Lembrei de 2005, lembrei do nosso cinema de hoje que não saiu. Esse nosso sentimento que nem sei se tem nome. Sei que é renitente, como você diz. Eu gosto de você, gosto de pensar em você, do seu jeito. Gosto de lembrar dos dias nas salas do JLN, da roda gigante e das salas de cinema. Se eu estou porque me procura, se você está porque te aceito, porque não aceitamos de vez? Não entendo essa dificuldade que a gente faz nessas pequenas coisas. Eu já entendi que não é fácil, se é pra isso que dificultamos tanto. E se é pra dizer, eu digo que não sei o que sinto em relação a você, mas sei que nesses 4 anos você me traz uma paz incrível e me sinto livre do seu lado. Desde a pergunta "Você vai ficar comigo ou não?" até a frase "Me dá um beijo?", eu sei, e todos sabem, que essa história ainda está longe de terminar. E como muitos dizem: sua vida dá voltas e voltas, mas sempre termina no mesmo lugar. E, se você perceber, esse lugar é sempre em você.