terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ao amor antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
no de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
ms do destino vão nega sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona,
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

Ps.: Dedicado a quem me mostrou esse poema num lindo dia, num lindo lugar.

sábado, 14 de novembro de 2009

Pés na estrada

Porque agora eu cansei. Hoje dou um basta nisso tudo. Dou um basta na tristeza e mesmo que ela queira ficar, farei questão de esquecê-la. Tenho o mundo pela frente e estou cheia de me agarrar a um passado que não me faz bem. Deixo as mágoas no chão, o choro no lençol e coloco a esperança no bolso. Saio sem rumo, de cabeça erguida e coração aberto. Não faço promessas, porque as juras são inúteis quando se tem um coração mole.

Hoje dou um basta nisso tudo. Seguro minha dor, as pontadas que meu coração sente. Te boto de canto e, depois de tanto escancarar o peito machucado, me fecho pra tudo que aconteceu. Troco de roupa, me visto com felicidade dos novos dias e com a bolsa repleta de vontades, me deixo ir mundo a fora à espera do bom que há de vir.

E quando olhar as fotos antigas, espero não me encontrar. Quero me procurar nas aventuras caladas ou nos tédios eufóricos e me achar totalmente nova. Tudo isso porque me cansei de remoer um passado de verdades e mentiras, onde não consigo destingui-las. E com essa vontade eu vou em frente, sabendo que consigo ser bem melhor sozinha.
-
"E não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos. Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu."

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Com endereço certo

E eu tô aqui, mais uma vez, escrevendo coias que já foram ditas muitas vezes, gritadas muitas vezes, choradas inúmeras vezes. Escrevo sabendo que você vai ler, que você vai entrar nesse blog para saber o que e sobre quem ando pesando. Sim, esse texto é PARA e SOBRE você. Eu já desisti de esquecer. Esqucer as coisas boas e, principalmente, as ruins que nós passamos. Já percebi que você foi peça que me fez crescer, foi momento único, foi vida que vivi, e que agora se faz morada em outro lugar, na ferida que tento cicatrizar no coração. Penso muito nos nossos dias. Nossa alegria boba de se beijar na rua ou de dar a lua um pro outro (lua que hoje olho e penso em nós). Na nossa dor aguda de quando as palavras ofendiam alguém que só queria o bem. Na nossa felicidade de quando te acordava com um beijo e você não me reconhecia com aqueles olhos de um sono bom. Não tem como apagar tudo isso. Não tem.
Hoje sei que não sofro por saber que tudo acabou do jeito que acabou e as consequências disso tudo. Sofro sim, mas por lembrar do tempo bom que vivi com você e de tudo que fazia de apenas uma hora um momento inesquecível. Nossas fotos, nossos beijos, nossas brincadeiras.
Tinha dezesseis anos, mas podia sentir a alegria dos amores infantis, quando escrever atrás de uma foto uma dedicatória era a coisa mais romântica que se podia fazer. Sei que nesse ponto do texto a nostalgia já deve ter tomado conta do teu coração e se, como eu, as lágrimas estiverem tomado conta do seu rosto, você vai entender o sentimento que deposito nessas palavras.
Você me conhece bem. Sabe o quanto (infelizmente) rancorosa eu sou. Às vezes eu penso que você não sofre, que você nem deve lembrar de nós. Mas o meu racional diz que não é bem assim. Eu paro para analisar e imagino que você deve lembrar. E mais, uma hora ou outra deve sentir por tudo que aconteceu. Acho que não preciso dizer mais uma vez que você perdeu a mulher que mais te amou no mundo. Não é pra me exaltar que digo isso, porque agora eu sei o quanto você tem noção disso.
Tenho medo do que sinto. Medo do rancor que guardo, pois não consigo ver jeito dele sair do coração. Quero que entenda que não sinto sua falta, não te quero aqui comigo.
Quero que tenha noção de que o que vivemos me faz uma falta terrível e que água ainda fica nos meus olhos quando lembro daquele 12 de maio de 2007. Daqui a 10 dias fazem 11 meses que terminamos. Eu não sinto todo esse tempo. Sinto toda essa distância.
E agora dou um ponto final nesse texto. Ponto que eu queria que fosse o de toda essa nostalgia.
Ps: Eu sei que você vai ler esse texto. Eu sinto. Só peço que se cuide. Eu ainda tô orando por você.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Exagerada renitência

Não sei porque lembrei de nós. Lembrei de 2005, lembrei do nosso cinema de hoje que não saiu. Esse nosso sentimento que nem sei se tem nome. Sei que é renitente, como você diz. Eu gosto de você, gosto de pensar em você, do seu jeito. Gosto de lembrar dos dias nas salas do JLN, da roda gigante e das salas de cinema. Se eu estou porque me procura, se você está porque te aceito, porque não aceitamos de vez? Não entendo essa dificuldade que a gente faz nessas pequenas coisas. Eu já entendi que não é fácil, se é pra isso que dificultamos tanto. E se é pra dizer, eu digo que não sei o que sinto em relação a você, mas sei que nesses 4 anos você me traz uma paz incrível e me sinto livre do seu lado. Desde a pergunta "Você vai ficar comigo ou não?" até a frase "Me dá um beijo?", eu sei, e todos sabem, que essa história ainda está longe de terminar. E como muitos dizem: sua vida dá voltas e voltas, mas sempre termina no mesmo lugar. E, se você perceber, esse lugar é sempre em você.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Só mais um dia chuvoso em que penso em ti.

É. Eu tô aqui mais uma vez, escrevendo sobre o saber que nada vai acontecer. Você já disse com todas as letras e eu jurei já ter entendido. Tudo bem, eu entendi. Mas algo não flui. Algo em mim me faz romantizar a vida, o estar com você, suas palavras e seu sorriso. Hoje me sinto mais carente que o normal e uma coisa que antes não acontecia, agora anda me atormentando: a saudade de você. Antes eu vinha pra casa normalmente, e se te ia te ver no outro dia: pô, beleza! mas se não: tá então. Agora não. Quando você sai do Portal pra ir pra aula e me dá aquele tchau, meu coração chega a apertar. E eu fico me achando uma criança de 12 anos que sente saudades de alguma coisa que não é sua. Sim, você, mais do que nunca, não é meu. Conversamos e você me disse com todas as palavras: "Eu não quero nada sério" e eu entendi. Entendi seus motivos, seus problemas e tudo mais. Nem fiquei pensando muito nisso pra não cair na tentação de ter alguma dúvida e querer ir te perguntar. Depois dessa conversa, eu cai na real. Saquei que não vai dar em nada e jurei que não ia mais te perturbar com as minhas coisas de adolescência mal-resolvida. Mas na semana seguinte minha vontade é de te abraçar e te dizer que não vai ser igual ao que já foi, que você me faz bem e que eu aguento se você disser que não mais uma vez. Sim, eu tô apaixonada. E se sei lá por que cargas d'água você resolver ler esse texto, espero que não fique chateado comigo por talvez não demonstrar isso. Não faria diferença pra você.
Tô precisando de um colo, de assistir um filme junto, de ir junto ao cinema. Sim, eu me apaixonei por você, mesmo sabendo que não ia dar em nada, que me aventurei demais por pouco. Mas eu tentei. E não me arrependo. Ah, se você soubesse como é feliz o momento em que te vejo se aproximando do Portal e finjo não ter visto, só pra você vim e me dá um abraço de surpresa. Finjo tanto pra não te assustar. Me recuo tanto com medo de você ser frio comigo. Tudo, tudo que eu não sofra por gostar de alguém sozinha.
Namorei tanto tempo. Amei de verdade. Depois jurei não acreditar nessa coisa de gostar. Mas aí você chegou com seus olhos lindos e seu sorriso leve, esse humor infantil e esse jeito de sonhar que me encanta. Ah, se tu soubesses como sou tão carinhoso e muito, muito que te quero...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Você do meu lado

E você tá aqui, encostado com a cabeça na mesa, cochilando, do meu lado. A imensa vontade de te fazer um carinho chega a me dar orboletinhas no estômago. Mas como eu já sei, você fez questão de me comprovar: acaba assim. Nada de ficar, de compromisso, muito menos de sentimento. Tá, eu já entendi. Mas como eu espero que você tenha entendido, nada que você faça ou deixe de fazer vai mudar o que eu penso. Penso, para não dizer que sinto. Mas tudo bem. Você não precisa saber disso. Então fico aqui na minha, contendo essa vontade louca de te afagar os cabelos e te dizer que sim, você, e seu sorriso leve, conseguem fazer as minhas manhãs mais bonitas.

domingo, 20 de setembro de 2009

Sobre a arte do jornalismo

E disse muito bem Gabriel Garcia Márquez:

"Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade.Ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida.Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso.Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

sábado, 19 de setembro de 2009

versinho


Te ninaria a noite inteira, menina

Eu irisava os teus sonhos um bocado

Se tu me desse o seu colo, eu faria

Na sua retina a minha casa e morava.

domingo, 13 de setembro de 2009

Renitente

Alvíssima pele sua, macia
Que quando encosta suavemente
faz suar a minha no escuro

Estou pois me aceita
Estás pois te procuro

Sentimento renitente esse nosso,
De adolescente!
Por vezes cala,
Por vezes fala,
Por vezes mente
Intermitentemente, sem fim

Porque a gente só não gosta?
Porque a gente não só sente?
Porque a gente se sente tão só assim?
.
.
Escrito por alguém que consegue fazer da minha vida um viagem.
obs.: que nossos relógios continuem se cruzando.

sábado, 12 de setembro de 2009

Esse passado.

É sempre mais forte do que eu. Paro para procurar algo e sempre me deparo com um passado tão próximo e ao mesmo tempo tão irreal. As fotos surgem como se fossem pinturas. Algo que um pintor sonha e resolver retratar na tela com uma aquarela. Passeatas, viagens, tardes à toa, fugidas do colégio. Eu já não consigo me ver naquela Laís dos cabelos um poucos mais compridos e tantos sonhos infantis. Não consigo mais te ver naquele rosto adolescente e naquelas vontades resultadas de pensamentos inconsequentes. Mas, me pondo no lugar dessa Laís, não consigo ver um fim. Vejo apenas tudo aquilo que sentia. Todo maior amor que eu conseguia ter, mesmo tendo certeza que esse foi meu maior problema. Enxergava um futuro, fazia planos e por momentos eu tinha medo de acordar desse sonho infantil. Ainda acho que teríamos um caminho inteiro pela frente. Tínhamos tanta força, tanto sentimento que achava que nada mundo conseguiria nos parar. Mas a cabeça muda, as pessoas mudam, as vontades mudam. E tudo vivido vai pro ralo.


Infelizmente o carnal é sempre mais forte que o sentimental. Infelizmente...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Apenas uma madrugada

E essa noite dormi com você. Não foi a primeira vez. Mas foi a mais intensa, a mais pertubadora. Você ficou do meu lado da hora que deitei até o meu despertar. Te esquentei nos meus braços junto com o travesseiro gostoso, te acalentei até pegar no sono. Zelei você ali, tão quieto. Te olhando, tentei entender o que se passava. Relembrei os 'bom dia's, as gracinhas, o sorriso leve. Aproveitei seu sono pra te falar o que não consigo quando você olha pra mim. Resolvi te dizer que não consigo entender porque se afasta do nada e mais do nada ainda você se aproxima. Falei de vez que não adianta você me tratar com indiferença só pra ver se deixo de gostar de você, mesmo que seja pro meu próprio bem. Não adianta, sabe por que? Porque essa sua 'preocupação' comigo é o que mais me encanta em você. Essa sua nobreza rara, sua consciência da dor e como você parece me entender são tudo que me tira o sono. Eu disse isso tudo. A noite inteira. Mesmo sabendo que você não estava ouvindo. Até que peguei no sono. Com você ali. Eu podia jurar que a qualquer momento você ia simplesmente levantar, pegar suas coisas e sair pela porta. Eu juro que até preferiria. Mas você ficou. Não sei se zelou meu sono, mas sei que estava ali. Sei porque sonhei com você. Passou um filme pela cabeça. Um curtametragem, claro. Uma história de alguns dias não dá um longa. Quando despertei de leve, você tava ali. Eu já não sabia mais o que fazer, o que pensar. Porque você não aproveitou meu sono e saiu, foi embora? Porque cisma de ficar preso? Vai, voa, pega sua liberdade e se manda da minha vida. Você não foi.
E tudo isso foi apenas uma noite. E tudo isso foram pensamentos.

Mas se você quiser ir embora, juro que não vou chorar, mas vou agradecer.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Canseira

Tem hora que a gente cansa. Cansa de tudo. De tentar, de fazer, cansa até de desistir. Sou de cansar fácil. canso de sorrisos sem intenções ou intenções sem sorrisos. Canso de 'bom dias' pseudo-felizes e de abraços com carinhos amigáveis. Será que é tão difícil? O cansaço toma conta da minha cebça, dos meus olhos. Meu coração cansa de sentimentos não-correspondidos, de frases desentendidas e da falta incrível de pensar em você. Chegou rápido, mas foi embora mais rápido ainda e hoje fica nesse mexe-não-mexe com meu coração. Me diz que não quer, vai embora, se manda da minha cabeça. Esse seu riso gostoso, seus olhos fofoa e seu jeitinho aconchegante. Mas não adianta, eu cansei. Quero mais que você se vá, leve suas coisas, seu carinho, suas lembranças, seus abraços, aqueles de bom dia. Acho que não vale mai tanto a pena sentir. Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz mesmo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

(...)

Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. Porque nessa vida maluca só se dá bem quem ignora completamente a brevidade da vida e brinca de não estar nem aí para o amor. E eu preciso me dar bem e por isso ignoro minha urgência pelo amor. Porque, se você sentir urgência em mim, vai é correr urgente daqui. Chega.

Tati Bernardi

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Prendia o choro e aguava o bom do amor

A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

sábado, 22 de agosto de 2009

Os quereres


Queria muitas coisas distantes da minha realidade.
Queria entender o mundo de maneira otimista. Queria mais
justiça e igualdade. Queria a verdade perante todas as coisas
da vida. Queria ser mais compreendida pelas pessoas. Queria
que não existisse o sofrimento. Queria que todas as pessoas
respondessem as minhas saudações: "bom dia; boa tarde; boa
noite; obrigada". Queria mais educação. Queria ter filosofia
e sociologia desde os meus primeiros anos escolares. Queria
que todos fossem bons. Queria que não existissem guerras,
desigualdades sociais. Queria dizer tudo o que sinto para as
pessoas que gosto. Queria aprender e dominar a psicanálise.
Queria ser intelectual. Queria saber o que farei
posteriormente. Queria saber o que quero graduar na
faculdade. Queria uma política limpa. Queria que não
houvesse corrupção. Queria que as pessoas amassem umas
as outras intensamente com respeito, dedicação. Queria paz e
um céu mais limpo. Queria que não houvesse poluição
ambiental. Queria que os animais não fossem expulsos de
seus refúgios pelas queimadas. Queria uma valorização
maior das mulheres. Queria o Brasil sem problemas. Queria
não perder as pessoas da mesma forma que a água escorre
pelas nossas mãos. Queria dias melhores; a vida de todos
muito melhor. Queria que não existissem brigas. Queria ver
o sorriso, a felicidade estampada em cada rosto por terem o
necessário. Queria dominar a língua portuguesa; saber o
significado de todas as palavras em português. Queria saber
latim, francês, alemão, inglês, espanhol, português e italiano.
Saber tudo sobre Freud, Galileu. Ter lido todas as obras de
Clarisse Lispector, Machado de Assis, Lacan, Guimarães
Rosa, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Eça de Queirós,
Euclides Cunha, Gil Vicente, Gregório de Matos, José de
Alencar, Gonçalves Dias, Lima Barreto, Manuel Bandeira,
Voltaire, William Shakespeare, Jorge Amado. Queria
entender sobre a música clássica, jazz, blues, folk, mpb,
bossa nova, fado. Queria fazer Yoga, Ballet e aulas de piano;
tocar flauta e violão. Queria que os filhos não matassem seus
pais e vice-versa. Queria ver a sinceridade de algumas
pessoas que dizem "eu te amo" as outras. Queria saber pintar
telas, fazer belos desenhos. Queria entender os humanos;
compreender muito sobre a literatura. Queria um
companheiro. Queria ter trinta bonsai. Queria saber
interpretar textos. Queria saber escrever textos. Queria
definir muitas coisas que ainda não consegui. Queria que a
mídia disponibilizasse coisas mais interessantes. Queria ser
das décadas de setenta e oitenta; ser da época boa onde
descobriam novos cientistas. Queria que as pessoas
comprassem jornais com o intuito de adquirir informações
realmente prazerosas e não para ver cadáveres nas ruas do
Rio de Janeiro. Isso. Eu queria o Rio de Janeiro na época de
Tom Jobim e Vinícius de Moraes no beco das garrafas; o
Cazuza cantando com a sua banda no Arpoador. Queria que
não existisse música onde só é possível escutar
onomatopéias "animalísticas". Queria que as pessoas
tivessem mais consciência; que todos pudessem estudar, ter
uma profissão e a exercer com orgulho. Queria mais teatros,
cinemas e bibliotecas na cidade onde moro. Queria que
aquelas moças cantassem ópera, como antigamente, na
varanda para que todas as pessoas da rua pudessem admirar
um belo som. Queria ser bonita. Queria ajudar as pessoas
que precisam. Queria ensinar crianças a ler. Queria que as
pessoas não fossem tão hipócritas, prepotentes. Queria mais
amor, carinho e respeito. Queria ser poeta. Queria conhecer
os poetas Gentileza, Carlos Drummond de Andrade, Cazuza,
Cartola, Vinícius de Moraes, Olavo Bilac. Queria ter lido
mais textos de Caetano Veloso. Queria o futebol carioca
mais limpo; o Vasco da Gama campeão. Queria que toda
criança lesse as histórias infantis de Ziraldo. Queria um
tempo maior com as pessoas que amo. Queria fazer todas as
coisas que gosto. Queria o Amazonas completo. Queria que
as pessoas não fossem tão imbecis, mentirosas, falsas, mal
educadas. Que elas tivessem a capacidade de amar e ensinar
aos outros o que aprenderam. Queria gostar mais da matéria
de Eletrônica. Queria ter artes à vida inteira. Queria que o
mundo tivesse o que é mais sensato e está em falta na
humanidade: a humildade.
Ah! Como eu queria!

Yasmin Thayná de Miranda Neves
18.08.09

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

é (...)

És parte ainda do que me faz forte, pre ser honesto só um pouquinho infeliz.
[Legião Urbana]

terça-feira, 4 de agosto de 2009

realmente...


" (...) Talvez não amemos ninguém. Talvez amemos a idealização que fazemos de
alguém. Talvez amemos uma abstração de amor que nunca se concretiza por
completo. E é por isso que esse amor é só nosso – porque é só nossa a capacidade
de idealizar o amor perfeito: alguém que nos beije quando mais necessitamos de
beijo; alguém que nos abrace quando nos é mais essencial o abraço; alguém que
nos dê seu corpo quando se nos é mais necessário um corpo. "
por Fernando Vieira

um colo quente

Ás vezes, sinto um ódio profundo de você. Daria na sua cara, se estivesse por perto. Colocaria pingos nesses is infinitos, te mostraria o quão otário você é. É quase impossível acreditar em como a nossa vida mudou, como estamos diferentes, mais pé no chão. Penso nos nossos planos traçados, rio deles. Acho graça da minha inocência. Tadinha, achando que a vida é mole. Me pego dando graças a Deus por tudo ter chegado ao fim. Mas não posso negar que ainda me sinto sem chão. Nem sempre. Mas quando o mundo parece me castigar por qualquer coisa (tristeza, raiva ou insegurança), eu sinto a imensa necessidade de pedir colo. Não que você me ajudasse muito nessas minhas questões, você não ajudava. Eu só ficava mais inquieta por achar que tinha que dar jeito na minha e na sua vida. Se já não bastasse meus estudos, falta de tempo e problemas adolescentes, eu queria planejar o seu rumo, seu destino. Quis escrever ele rente ao meu, como todas as vírgulas. De quê adiantou? Você tomou seus rumos e eu tô aqui, percebendo que o mundo não é tão bom quanto eu achava. E tô aqui precisando de colo. Não é vergonha admitir, eu pediria seu colo. Em outros tempos, arrumaria uma desculpa, sairia como louca, só com o dinheiro da passagem e te encontraria em uma lanchonete qualquer, só pra pedir um colo. Ou só uma palavra. Até uma discussão. Mas eu me contento em olhar o seu perfil. Ver aquela pessoa livre. Liberdade que eu tanto tentei deixar junto a mim, no meu campo visual. Não sinto saudade. Pode acreditar. Não quero você aqui, e muito menos comigo. Apenas queria sentir de novo que o mundo, pelo menos entre nós, era bom.

sábado, 1 de agosto de 2009

A velha infância

Hoje, recebi a visita de dois amigos que estudaram comigo na oitava série. 2004, pra ser exato. 2004... Parece tão longe, tão outro século. Parece impossível ter passado tanto tempo. As risadas por nada, as fotos naquelas máquinas de filme kodak, o choro porque o fulaninho quer ficar com a fulaninha e não comigo, os pirulitos de coração de todo dia de manhã. Como passa. Nos pegamos falando de como ela começou a namorar o ex-namorado da outra menina da sala, de como nós éramos pequenos e feios, de como a gente era uma família. Sinto falta dos cadernos de perguntas, quando eu ficava ansiosa pra saber qual menina o menino que eu gostava achava mais bonita, das olímpiadas, quando eu participava de todos os esportes e, mesmo perdendo, a maioria ficava toda bobinha, tirando onda de atleta. O tempo passou feito um louco e a gente ficou. É. Ficou. Vendo as fotografias vemos rostos quase irreconhecíveis, roupas que hoje nunca usaríamos e conversas que nunca mais teremos. Cada um foi pro seu canto, viver sua vida, seguir seus caminhos. Mas aqueles abraços na escada de manhã, junto com um 'bom dia' sonolento e seguidos das fofocas do dia anterior foram tatuados e nunca mais sairão do coração.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

E amanhã? Como será?

Engraçado como um dia você simplesmente muda de vida. Um ano inteiro acordando, arrumando a casa, buscando a irmã no colégio, estudando a tarde inteira, indo pro pré a noite, ligando pro namorado e indo dormir. Sempre isso, com algumas mudanças no fim de semana. No outro, acorda de manhã, arruma a cama, almoça às 10, sai às 10:20, pega trem, metrô, ônibus, vai pra faculdade, conversa, lê, ri, se estressa, volta da faculdade, ônibus, metrô, trem, janta e dorme. Uma metamorfose completa. Tão rápido, tão no tempo certo. Antes, sem dormir porque o namorado não tinha chegado em casa. Hoje, insônia por causa do texto pra fazer pro outro dia, da matéria pra editar, do contato pra ligar. Nada mais impresível que os dias que se seguem, meus caros! Cada escolha que fazemos reflete em muitas outras que virão. Não reclamo da minha vida corrida [com exceção da volta de trem], nem sinto falta da minha rotina de antes. Tenho amor pela agitação, do não saber o que vai acontecer. Me fascina o acordar e saber que hoje é assim, mas amanhã pode ser completamente diferente. Não tenho medos das escolhas erradas, nem do que elas vão acarretar. Pulo de para-quedas no hoje e deixo acontecer. Nada de remoer passados ou inveja de terceiros. Aceite a mudança. Mude, mas mude devagar. Lembre-se que a direção, é mais importante que a velocidade.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sobre essa que vos fala.

Porque eu tenho um gênio forte e uma alma simples, do tipo com pés no chão e coração nas nuvens. Eu digo o que sinto, me exponho, sem qualquer medo de resposta. Sou a sinceridade em pessoa, a carência em pessoa, o medo mora em mim, mas me recuso a personificá-lo. Se quiser me fazer companhia nos meus planos ultra-mirabolantes para sobreviver nesse mundo louco, é só me seguir. Se não, pode se contentar em ser como os outros mortais, mas, por favor, não me impeça de voar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Escandalosa Sinceridade

Como anda a sua capacidade de abstração? Vamos lá, tente imaginar um político há muito tempo no poder, com um comportamento suspeito, que resolve convocar uma entrevista coletiva e abrir o coração. Imaginemos o presidente do Senado nesse papel - uma escolha aleatória, claro. Ele falaria diretamente para a nação e confirmaria que facilitou a vida de parentes e aliados, que acha justo que mordomos e motoristas da sua família ganhem um salário de empresário (pago com dinheiro público), mas que está cansado de varrer tudo isso para baixo do tapete e que se sente totalmente constrangido por ter chegado a essa idade sem ter tomado cuidados com a sua reputação.
Vamos imaginar além? Que o presidente da República admita que defende o presidente do Senado só porque precisa do apoio dele nas eleições 2010. Que em política tudo é troca, e é isso aí. Imagine essas declarações em rede nacional, ao vivo. Não seria mais bombástico do que as mentiras e enrolações a que tanto estamos acostumados?
É do admirável dramaturgo e escritor Domingos Oliveira a frase que me inspirou esta crônica. Diz ele: "A única coisa que ainda escandaliza hoje em dia é a sinceridade".
A sinceridade destrói castelos de areia. É a realidade sem anestesia. Ela não estimula reticências, não teatraliza as relações humanas, não debocha da credulidade alheia, não falsifica impressões. A sinceridade é de vanguarda. É tão soberana que emudece a todos. É tão inesperada que impede retaliações. A sinceridade é o ponto final de qualquer discussão.
Quer deixar alguém perplexo? Fale a verdade.
As pessoas sábias são admiradas quando contam o que sabem, mas impressionam mesmo é quando serenamente confessam: não sei. O "não sei" é comovente. Os melhores filmes, as melhores peças, os melhores livros tratam da nossa ignorância, não da nossa genialidade.
Através de que elo casais aparentemente incompatíveis mantêm-se unidos? Quem espia de fora adora especular sobre motivos maquiavélicos, mas eu apostaria no oposto da maquiavelice: num mundo tão intoxicado por falsidades, a sinceridade é que tem servido de Cupido.
Eu errei. Eu traí. Eu fiz asneira. Eu me iludi. Eu sou assim. Extra, extra! À solta alguém que assume, que perdoa seus próprios tropeços, que não recorre ao Photoshop na hora de expor o caráter.
Escândalo é alguém te olhar nos olhos e admitir com tranquilidade: nunca li Guimarães Rosa, nunca soube entender. Eu já disse "te amo" sem ter certeza. Não tenho confiança nas minhas decisões. Não uso filtro solar. Dirijo depois de beber alguns cálices de vinho. Eu fiz um aborto. Estou sofrendo por amor. Fui deixada. Já pensei em suicídio. Já pensei em morar no meio do mato. Me arrependo de ter filhos. Me arrependo de não ter tido filhos. Casei por dinheiro. Casei por medo da solidão. Não casei porque não me quiseram. Não perdoo o meu pai. Fui injusta com minha mãe. Perdi oportunidades. Vacilei com um amigo. Estou sem paciência com os outros. Quero começar a viver enquanto há tempo. Não tenho talento. Tive sorte. Nunca passei a perna em ninguém. Nunca menti para me safar. Menti demais para não magoar. Nunca fui agradável. Nunca inventei um personagem. Inventei vários personagens. Não sei direito quem sou. Não sei.
Extra, extra!

Por Martha Medeiros

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Louca vontade

Tento deixar as dias passarem e as coisas por si só acontecerem, mas algo maior se forma dentro de mim a cada nascer do sol. Aqueles olhos fixos nos meus, totalmente sem graças por estar ouvindo uma louca despejar palavras sem dó algum em pleno metrô da Praça Onze. Aquelas palavras que semi-saiam da boca por não saber ao certo o que dizer. A inesquecível frase: "Não sei o que fazer agora." que me deixou totalmente encantada com tudo que eu imaginei que você fosse e eu percebiq ue era muito mais. Tudo isso, tudo que não sai da minha cabeça. Não é só porque sou praticamente a carência em pessoa, pode ser também. Mas foi aquele abraço no Pires, na frente de todos da faculdade, quando eu achei que você só me trataria como conhecida, o xeque mate pra isso. A partir daí a cada vez que me chama de fofa, meu coração se aperta e eu me sinto uma menina de treze anos, que encosta a cabeça nos braços e somente te olha. Não sabes como é louca a vontade de abrir a janela do msn e te dizer tudo isso. Te dizer que mesmo sem saber você me ajudou. Me ajudou com a paz que me trazes quando me olha nos olhos e diz que estou bonita. Como eu penso em ti. Jurei não mais pensar em ninguém assim. Ainda bem que não ligo pra juramentos...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sim !

Deixe se levar pelo balanço da música que um simples sentimento pode causar. Solte os cabelos e peça, implore para que um vento leste, ou sul, os faça dançar para que o mundo veja que há vida e que pulsa desejo, sonho e alegria em cada canto do ser. Beije hoje cada canto que encontrar. Cada pessoa, objeto, o que se mexa. Viva a liberdade, a fala, o grito. Levante a bandeira e espalhe o amor que brota.
.
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_
dedicado a Nathalia Fortes. seja feliz.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Impotência

A vida é uma piada. Sim, não me canso de dizer. Uma piada, e, muita das vezes, daquelas que fazem chorar. Se você não acha, é porque ainda não a enxergou com os olhos do outro.
Ontem tive um dia maravilhoso, também não me canso de dizer. Tudo foi muito bom, deu tudo certo. Assisti ao jogo da seleção ao lado de pessoas que aprendi a amar, pude dizer aos que gosto o quanto gosto deles. Realmente, um dia para se anotar na agenda e botar um clip verde fluorescente para marcar bem.
Mas hoje, passando embaixo do viaduto do Rebouças, vi um meninp, com uns onze anos, chinelo, e nas mãos, uma caixa. Estava vendendo algo que não consegui ver o que era. Mas não foi isso que me chamou a atenção.
Chove no Rio de Janeiro. A água formaça poças na rua e ele, com uma aparência totalmente desanimada, arrastava os chinelos nelas em direção a um táxi parado no sinal.
Era nítido seu cansaço e a vontade louca de não estar ali. Devia sentir frio, pois eu, com meu casaco e tênis, sentia minhas mãos congelarem. Me dói. As lágrimas se amontoam nos meus olhos como represas.
Queria fazer com ele tivesse um dia tão bom como o meu de ontem. Queria que ele pudesse rir, tirar fotos e sentir saudade de momentos felizes, com eu sei que terei.
Como diz minha mãe, a vida é difícil.

sábado, 20 de junho de 2009

Faça a sua parte !

Por isso que eu digo: deixa cada coisa acontecer no seu tempo. Ahh, amanhã você fala, ou uma hora acontece, ou ainda, não vou morrer amanhã mesmo. O tempo é longo e os dias parecem passar bem devagar. Você acorda às 9 da manhã e ainda tem 15 horas à sua disposição. Tempo de sobra pra fazer o que quiser. Sem contar que amanhã você ainda terá mais 24, e no outro dia 24 e por aí vai. É o ditado: a pressa é inimiga da perfeição. Escuta só hein?
Atenção: Se você leu o primeiro parágrafo e concordou com tudo, nem precisa ler os próximos.
Você está completamente enganado.
Vai deixar pra amanhã é? Quer muito pedir desculpas à alguém e vai deixar pra amanhã? E se essa pessoa não acordar mais? Você vai sentir remorsos. Acha que 24 horas é muita coisa. Com a correria do dia-a-dia, isso se compara a segundos. É pouco comparado ao tempo que o mundo exige de nós.
Semana que vem você faz? Na semana que vem as situações podem ser totalmente o oposto do que hoje são. Pode não haver nada propício ao seu desejo, e você vai pensar: Ahh, semana passada dava pra eu ter dito. Agora vai ficar chupando dedo na vontade.
A vida é muito curta, meus caros. O ontem já é hoje e, se bobear, o amanhã já passou. Nosso relógio tem tempo cronometrado. Como diz Pedro Bial em sua crônica sobre a morte: Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Ironia não?
Então não deixe nada pra depois. Diga, chore, cante, ria, e se arrependa depois, se quiser. Mas faça. Lembre-se que, na vida, de nada adianta você só querer, tudo precisa de um empurrãozinho nosso.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Papo de adolescência atrasada

Não sei se você me entende, se realmente compreendeu o que leu. Não sei se sou apressadinha demais e acho que tudo deve acontecer o mais rápido possível. É que sabe, tenho uma vontade imensa de te abraçar. Parece ser tão aconchegante... e é tudo tão propício. Frio, aconchego. Mas fica sempre um climinha de 'oi!' que me deixa stressada. Eu digo um clássico 'oi!' e dou um clássico sorriso e tento fazer a cara mais clássica do mundo. Não adianta, eu só tento. É mais forte do que fazer uma cara que não tô com vontade de fazer. Queria dizer 'Olá! Tá bem?' e ganhar um abraço bom e fazer aquela clássica cara de boba que se faz quando você admira o jeitinho de alguém. Você me diz que meu texto daria um bom roteiro. Eu digo que tá virando um filme. Vai deixar virar um filme? Ahhh, é muito longo! E, cara, juro pra ti, não tenho muita paciência. Prefiro as coisas sem demora, sem 'deixar rolar', por mais que ás vezes eu tente fingir que consigo deixar. EU NÃO CONSIGO! Tá então. Eu vou tentar ir deixando. Enquanto isso, eu te olho de longe. Você arrastando o sapato pra andar e dando aquele sorriso leve. Lindo sorriso leve...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Nosso pseudo-lero-lero

Oi. Quer me ouvir? Não. Mas vai.
Engraçado, falo sobre esse 'sentimento', que ainda nem sei se é um sentimento propriamente dito, com tanta ênfase que pareço já te conhecer há tanto tempo. Ahhh, duas semans e meia já é um tempinho né?
Antes que pensem que já te juro amor eterno, entenda que não há um pensamento futuro, nem planos, não. Já passei desses dias. Acredite, é sério.
Gostei do seu jeito. Educado, atencioso. Bom humor.. que agradável!
Sabia que eu sonhei com você? Não foi um sonho dos melhores. Você nem me elogiou, nem cantou uma música de amor, nem declamou um poema, nem me colocou num cavalo branco.
Ahhhh, você não acredita?! Não, não precisa. Não precisa nem acreditar, nem precisa de nada disso que citei.
Você sorriu. Sorriso leve, descompromissado. Bom de ver.
É.. de cara assim, não temos nada em comum. Você acha que precisa? Eu acho que não.
Tô feliz de estar assim. É quase um desafio te querer bem, mas eu tô legal.
Quer me dizer alguma coisa? Não? Então tá.
Não se inquiete.
Deixa o tempo fluir, as horas passarem..
Deixa a vida cuidar do nosso.. É a dádiva.

cotidiano


Os meus dias estão sendo cantados por uma melodia suave. Bossa nova, rock n'roll. O passado já quase não me atormenta e a tristeza já não me machuca. Valorizo cada dia mais as cores, o balanço, a simplicidade. Inveja, ódio e tudo mais me dá pena, pois a vida é curta demais para deixar passar a dádiva cotidiana. E daqui pra frente assim será. Apenas flores, sonhos, carinho, coração.

sábado, 6 de junho de 2009

estalo de realidade

é só uma foto e milhares de lembranças. ele já se foi. foi. tá longe. dá pra entender, coração?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não é pra ter coerência

Hoje. Um dia escuro, úmido, gelado. O vento na PUC parecia castigar tudo em volta. O frio tomava contava de pernas, braços, cabelos. A chuva fina e solitária se fazia presente. Parecia música. Dia triste, como disse Carol. Não acho, eu disse. Mas a partir de agora percebi que ele não é tão feliz assim. Uma sensação um tanto preguiçosa e inquieta. Fico sempre muito observadora nesses dias. Ouço música onde não existe. Como quando, no começo da tarde, passei pela praia de Copa. Aqueles versos de Vercilo eram tão fortes: "Na correria de Copacabana, mesmo ali, penso em ti. Até querendo te esquecer." E todas as pessoas pareciam caminhar em câmera lenta, parece que esperavam minhas palavras sem sentido, como essas que agora escrevo. Refletindo, notei que todos os dias são piadas da vida. Piadas nunca entendidas no momento, nunca. Amanhã não é um dia a se recordar, será apenas mais um. Uma piada que alguém contou a alguns anos. Que já me fez rir, me fez chorar, e hoje me faz pensar. Contradições são postas sobre a mesa a cada encontro. Tento segurar as cartas, mas, como sempre, me rendo, abandono, deixo o jogo em suas mãos, me recolho e vou. Já não me importo quem ganha ou quem perde. Não importa. Hoje, as ondas agitadas me levaram a um questionamento: mesmo com aquelas bruscas batidas, porque será que as pedras ainda suportam? De imediato, me respondi sem querer: as porradas do mar violento as fazem forte e elas não se abatem, porque sabem que logo vem a calmaria. Sábias. Ahh, tolos humanos tão discrentes do futuro. É tão mais fácil se entregar a enfrentar. É tão mais cômodo esperar uma ferida passar do que tentar curá-la. Tão tolos, mal sabem eles que feridas deixam cicatrizes...

sábado, 30 de maio de 2009

Deixa a inveja, o ódio.. V I V A !


Serei feliz quando juntar dinheiro
Der a volta ao mundo e mudar de emprego
Serei feliz quando estiver mais magro
E couber em qualquer roupa que estiver na moda

Serei feliz quando tiver respostas
Quando for famoso e me sentir seguro
Serei feliz quando ela for embora
Quando o meu país me parecer mais justo

Serei feliz quando a dor passar
Serei feliz em outro lugar
Serei feliz quando você ligar
A sorte é que tem sempre alguém pra me lembrar

Que agora é o futuro
Que eu andava esperando
Agora é o futuro
Se não agora, quando
quando, quando, quando?

Serei feliz quando eu tiver dezoito
Sair de casa e comprar um carro
Serei feliz quando aos trinta e poucos
Comprar a minha casa e a vida for mais clara

Serei feliz quando um verso meu
Te fizer chorar e perder a fala
Serei feliz quando eu abrir a porta
E encontrar os meus problemas arrumando a mala

Serei feliz quando o sol nascer
Serei feliz quando Deus quiser
Serei feliz quando merecer
Mas escrevo pelos muros
pra não me esquecer


Se não agora, quando?
Leoni

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sempre chove quando não temos guarda chuva

Todo dia é certo. Coloco uma música pra ouvir e as lembranças surgem como uma tempestade de raios. Elas me bombardeiam durantes horas sem, se quer, me deixar pedir um tempo para organizá-las. Delas viro refém. São elas boas, ruins. Umas me fazem rir, como quando brincávamos de quem conseguia dar uma lambida no rosto do outro, outras me fazem soluçar de tanto chorar, aqueles dias em que era obrigada a entender que a política era mais importante, e ainda ouvir um "infelizmente". São sensações totalmente opostas, mas tão confusas, que não sei mais do que sinto saudade. Elas me fazem ter um sentimento um tanto peculiar em relação a esses casos: pena. Lembro de como te tratava. O meu bebê, minha joia rara, o ser mais frágil desse mundo. Você se irritava. Não dizia, mas sei que se irritava. Eu tinha medo. Medo de você partir, de ir e não me dar um beijo de até amanhã, de não mais me dizer boa noite e nunca mais eu escutar seus assuntos de partido político. Mas de nada adiantou, meus cuidados foram totalmente em vão. Você não é frágil. É forte, sabe se virar, nada te assusta. Pra mim não. Eu sei que não. Dentro de você existe um menino assustado, que não sabe onde se esconder nos dias de chuva forte, que pede colo quando alguém fala um pouco mais alto. Eu sei. Não adianta esconder. E hoje você é como uma criança orfã. Implora colo a qualquer um, procura incessantemente alguém pra te fazer um carinho e dizer que tudo vai ficar bem. Me dá pena de tudo isso. Você achou que já era grande, mas se esqueceu que lá no fundo o nosso menino nunca morre. Você tem medo e pede pra que eu não vá. Eu te olho e o homem não existe, só a criança assustada. Esse sentimento se torna estranho, pois já não sei se ainda há amor ou alguma coisa que se assemelhe a isso. Parece que nessa peça da vida os nossos papéis se inverteram: eu, a pobre mocinha dependente de carinho e atenção agora é aquela em que o rapaz valente queria se recostar e ganhar um cafuné até adormecer.. Irônica vida.

sábado, 23 de maio de 2009

Pode crer, eu tô falando é de amizade


Amizade pra mim é mais que dom. Amizade é apenas palavra para um mistério divino. Como pode ter um amor tão grande por alguém, se preocupar e nem por isso querer esse alguém de forma carnal? É magia. O mundo está cada dia mais morno, pálido e carente dessa magia ímpar. E todo dia agradeço a Deus por poder me contagiar com essa dádiva. Não me importa se está longe ou perto, se me liga todos os dias, uma vez por semana ou uma vez por ano, se diz que me amam ou se esquece do meu aniversário. Vôcê sempre esteve lá, eu sei que sempre estará. Me acudiu quando meu choro abafou meu sorriso simples. Me levantou quando meus joelhos não aguentaram a pressão. Falou bobeiras para fazer meu dia mais feliz. Coloriu de azul minha vida quando todos a volta cismaram de pintá-la de cinza. Palavras não existem para demonstrar tamanho amor. Porém, espero que leia essas e entenda o quão especial és em minha vida. Muito obrigado.


Ao meu eterno e amado amigo, Malcon.

ahh, essa garota...



Tenho um riso fácil, facílimo. Mas a raiva se exprime com a mesma intensidade. Choro por filmes, músicas, histórias e lembranças. E tudo faz morada em mim muito depressa. Vira pele, tatuagem. Dos meus sonhos faço vida e da minha vida faço música. Ou poesia. Faço pra não sentir a solidão me abater. Grito pra me calar e calo para que me entendam. Falo verdades incontestáveis e mentiras lavadas. É um tom a mais, ou uma escala a menos. Ser assim não é ruim, mas juro não ser tão bom quanto pensam.

sábado, 2 de maio de 2009

Conformismo Obrigatório

O ter que me acostumar com esse sentimento é uma idéia fixa. Mas o não conseguir é o que me machuca, me corrói, me mata a cada dia. Seria tudo tão simples se eu apenas tivesse gostado, como aquelas adolescentes, aquelas normais. Não. Eu fiz questão de amar. Amar com tudo que eu podia, com cada fio de cabelo, cada unha, cada respiração. Porque? Já não aguento essa angústia, essa carência, essa tristeza que a cada noite bate no meu coração e toma conta, faz dele abrigo e jura que nunca mais vaz sair. Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer, eu juro, de verdade... que faria tudo outra vez. Porque pensar naqueles momentos, aqueles tardes, aqueles filmes, pensar na gente me faz crer que a felicidade pode existir num mundo tão cruel, onde as pessoas estão cada dia mais desacreditadas de si mesma. Descobri em você uma forma de expôr minha felicidade, canalizei em você minhas emoções e alegrias, e hoje elas vivem espalhadas. Músicas, leituras, faculdade. Por ai que elas estão. Procuro entender que dias passam e outros virão. Mas a vontade de voltar naquele vinte e sete de abril é mais forte do que eu.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Metáforas da vida


O coração é como uma mesa e os livros como amores. Assim que nascemos, não há nada em cima da mesa. Crescemos e um dia botamos o primeiro livro nela. Achamos que será o único, mesmo, ás vezes, ele sendo muito pequeno. Até que botamos outro em cima dele e, olhando de cima, não vemos o anterior, somente esse. Esquecemos de todos os livros existentes nesse mundo. Para nós só há aquele ali. A vida passa e zilhões de livros são empilhados na mesa. Pequenos, grandes, grossos, finos... Mas nós só vemos o de cima. Ás vezes, quando este é bem menor que o seu antecessor, aplicamos aquele zoom para que só enxerguemos ele. E nós, distraídos, nunca pensamos no futuro. Será que um haverá um livro maior que todos esses? Essa pergunta jamais será feita. O primeiro sempre é o melhor e, tem um ali que, com certeza, é o maior. A vida é um ironia, meus caros. Eis que no dia menos apropriado possível, aparece um almanaque gigantesco, daqueles com 857 páginas. Sem pestanejar, colocamos em cima de todos os outros. Aquele almanaque, imenso, tudo o que sempre desejávamos. Encontramos nele todas as matérias que procurávamos, ele tem até figuras! E o melhor: não vemos os outros livros, nem os pequenos, nem os grandes, eles não existem mais. Agora, todos antes do almanaque, não serviram pra nada. Só que por (sempre) ironia da vida, ele não é o último. Somos obrigados a procurar outros livros, mas eles são sempre tão pequenos em relação ao almanaque. Podemos dar zoom nos livrinhos por um tempo, mas se olharmos de cima, veremos que ele sempre será maior que todos os outros. Mas porque preciso de outro, se nele havia tudo que precisava? Pergunta sempre sem resposta. E não adianta pensarmos em botar vários livrinhos, um ao lado do outro, a fim de cobrir o almanaque. É trabalhoso demais lermos todos ao mesmo tempo. O jeito é aceitarmos que, por mais livros que cheguem, eles nunca serão maiores que o almanaque. Mas atenção: Se este for maior que a mesa, ela pode se quebrar.



Confabulações de Laís, Vitor e Etty no bosque da PUC

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Palavras


Que saudade do seu abraço. Você ainda fica com vergonha quando me vê. Tava lembranco das nossas brincadeiras... A gente vendo filme. Doeu, mas não por mim, mas por você. Imaginei o quanto isso te faria mal. Você não é tapada, é especial. Você tem talento. Acredito no seu sucesso. Nunca quis te fazer sofrer. Sempre quis seu bem. Entende que eu terminei gostando de você. Eu fiquei com ela, mas tinha vontade de ficar com outra pessoa... Quem? É você. Eu sei que você me amou. Eu disse que não a levaria porque prometo que ia com você, mas nunca fui. Aaaah, menina. Você vai querer vê-la quando ela nascer? Tenho medo que façam alguma coisa contra você. Se cuida. Aaaah, me dá um abraço aqui. Tchau...


Não aprendi dizer adeus, mas tenho que aceitar que amores vem e vão, são aves de verão.. ♪

Amor em verso


A vida passa
E a gente não quer saber
O mundo muda
E a gente finge não ver

Um dia a gente cresce
O coração amadurece
E o que a gente viveu
Do nada desaparece

Dias lindos nós vivemos
Sorrir, deles fazia parte
Duas crianças ali estavam
Um lugar no peito, o amor com a pureza reparte

Não entendo porque acabou
e porque só o amor não é suficiente
Nessa história linda que escrevemos
Tudo foi vivido intensamente

Hoje olho para trás
E vejo que tempo não perdi
Por mais longe que estamos
Ainda juro te sentir aqui

Podem passar os anos
E dos dias eu não recordar
Mas com certeza nunca vou esquecer
Que um dia aprendi o que é amar.

sábado, 25 de abril de 2009

me sentindo soldadinho


A bailarina rodopia, pisa leve e se joga, com se fosse pluma deixando-se levar pelo vento. Tão leve, calma, serena. Será que dança e pensa em alguém? O soldadinho fica a espreita. Não sabe se chega. Não sabe se vai. Ela se sente tão livre. A liberdade sai por seu póros. Transborda. Ela não se cabe em si. O soldadinho olha e sente vontade de ser como ela. De estar nela. Não entende o que acontece dentro dele. A necessidade dela também transborda nele. Enche seus olhos, boca, mãos, pernas, cada fio de seu cabelo. Já não cabe no seu uniforme tão bem passado e sem vida. Mas ele nada pode fazer a não ser contempla-la de longe. Sua sina é essa: só olhar. Olhar e se imaginar abraçar aquele corpo tão macio e vistoso, tão cheio de vida. Ele já não sente presente naquele teatro. Se transporta para um mundo tão mais bonito, colorido, margaridas, borboletas, fitas, brincadeiras, cantos e aromas. Pensar nela o leva para algum lugar onde ele deseja muito estar. Que o simples pensar nela faz com que sua vida chata e sem graça se torne feliz. Então ele conhece o significado do amor...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

telefone minha casa


Não sei se estar aqui é o certo. Não me sinto bem onde estou e nem se o lugar onde estou acha certo o meu estar. Faço perguntas e não tenho respostas. Quando acho que tenho respostas, as perguntas não se encaixam nelas. Um misto estranho de coisas estranhas e diversas, que se misturam à coisas claras, bonitas e normais. Mas no final, elas nunca o são. São tortas, chatas, vesgas e feias, disfarçadas de um tom para que os normais assim as achem. Não tenho porque mentir, me mentir ou omitir. Assim eu sou, eu sou assim e mudar eu não vou. Espero sempre que entendam, que tentem ou que engulam. A última me deixa sempre mais satisfeita, visto que a segunda cansa e a primeira, será sempre em vão tentar. Chego a conclusões nunca conclusivas de que nenhumas das três opções, na verdade, ocorrem. Sempre é mais fácil criticar.

Depoimento

Eu te admiro. Admiro a sua inteligência, seus sentimentos aos extremos e seu amor passional. Eu falsifico um passaporte e embarco contigo em primeira classe a cada ponte aérea dúvida-incerteza. Poucas coisas são odiosas em você, quando fica de bico (e começa a falar pelos dentes miúdos) é apenas desafiante, claro. Você é um espelho diferente, quando olhamos e pensamos que está de bom humor, está saindo fumaças pelas narinas, e vice-versa. Quase nunca é, o que aparenta estar. Rir em um segundo, e na próxima fração já está zangada. É um zigue-zague reto. É inconstante. É grito-mudo, um exagero-lacônico. É tão única. É meu diamante, e a cada dia eu admiro mais. Às vezes eu te odeio, mas na maioria do tempo eu te amo.

Por Brenner de Oliveira Oliveira

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Como diz o ditado: Só se dá valor quando perde.


Você esperou perder pra dar valor. Pra dizer que sentia saudades, pra dizer que a vida sem mim é difícil. Esperou as lágrimas cairem do meu rosto para entender que eu só queria te ver feliz. A vida consegue ser muito irônica. Como naquele dia em que fui levar suas coisas e tocou Los Hermanos na rádio. Nunca toca Adeus Você. Nesse dia tocou. Eu me perguntei: Porque? Simplesmente ri da ironia da vida. Confesso que chorei. Chorei porque tudo aquilo parecia meu caminho ao calvário. A rua sempre foi tão longa e naquele dia ela era tão curta, como se tudo conspirasse para que eu fizesse exatamente aquilo: entregasse suas coisas, entendesse que tudo acabou e ir embora. Tanto é verdade que nem te vi. Tanto é verdade que todos estavam lá, menos você. Foi como uma despedida. Foi uma despedida. Eu voltei tão serena que tive medo. Sempre acontece quando não sei como reagir. A serenidade toma conta e eu fico leve, até a hora em que a ficha cai e eu desabo. Estranhamente naquele dia eu não desabei. Continuei tão segura de mim, acho ter sido uma das poucas vezes que senti estar fazendo a coisa certa. Deixei tudo lá: livros, boné, cordão, gestos, palavras, lembranças... Ficou tudo lá junto com o bilhete para que não levasse aquela atitude como uma ofensa. Não sei porque, mas mesmo com tudo o que aconteceu entre nós, eu faço de tudo para preservar o nosso tempo na minha cabeça. Não quero esquecer roupas, dias, horários, passeios, brigas. Nada. Não quero esquecer. Porque o que a gente foi nunca mais vai existir, nem de você com alguém, nem de mim com outro alguém. Porque quem você foi não existe mais. Quem você foi morreu junto com ideologias, sonhos e utopias. Então vou guardar o que sobrou do seu antigo eu, como um colecionador que guarda os cacos daquele valioso vaso que se quebrou por culpa do tempo...

terça-feira, 21 de abril de 2009

sorte no jogo do amor?


Normalmente, prefiro não parar pra pensar em certas coisas. Mas depois de uma conversa, fiquei pensando sobre alma gêmea. Sabe essas coisas de alguém que nasceu pra você, alguém que fará sua vida ter sentido, a metade da laranja? Então. Foi o que vi hoje no filme Divã: Nunca vi ninguém querer ser uma laranja. Você virar pra alguém e perguntar: Qual o seu sonho? E a pessoa responder: Ser uma laranja. Realmente. Mas será que existe alguém que nos complete, que seja exatamente como nós? Ás vezes me pego em xeque quando penso nisso. Eu sou tão complexa. Ecologicamente correta, sincera, passional. No mundo de hoje, quase um trevo de quatro folhas. Não que isso seja bom. Não é, pode crer. Mesmo se falando tanto em aquecimento global e reciclagem, a maioria das pessoas cismam em jogar lixo no chão. Não sei qual a dificuldade das pessoas em dizerem a verdade, mesmo que essa doa durante muito tempo, na minha concepção, é infinitamente menos nocivo ao outro. Ser passional. Ahhh, meu calcanhar de Aquiles. Quem souber responder, por favor me responda: Se é pra gostar, que seja de verdade, com sentimento, com veracidade. Então porque eu sempre sou a errada? Porque todos conseguem fingir uma força, um coração duro se, por dentro, a vontade de se entregar é muito maior? Eu não consigo. Mas não acredito ser a última romântica. Talvez seja uma questão de tempo. Quanto tempo? Muito, será? Tento fazer com que esse tempo seja o hoje. Tento fazer com que quem esteja aqui, seja a pessoa. Afinal, a vida nos dá apenas uma chance de sermos felizes naquele momento. Deixou passar esse, acabou. Só o próximo, se houver próximo. Adiar a oportunidade pode levar ao cancelamento total dessa chance. Pra quê deixar pra ser feliz amanhã? Então, abro o coração e lanço a sorte para o amor. Quem sabe a dezena sorteada não seja a minha?

sábado, 18 de abril de 2009

Doze badaladas



Foi realmente estranho. Há tempos que não me sentia tão diferente. Nem sei se essa é a palavra. Foram 19 meses. Foi um amor de verdade. O meu único até meus dezoito anos já completos. Foi a primeira vez com que ouvi você e nada, nada aconteceu em mim. Tão nada, tão zero. Foram apenas palavras. Aquela mesma voz que fazia meu coração acelerar e quase me sufocar do mesmo jeito durante esse tempo, foi hoje mais uma, como a mulher do telemarketing. Acabou. O encanto acabou. Se desfez. O que houve? Não sei se devo ficar feliz. Afinal, tem algo de estranho comigo. Não foi ruim desligar o telefone, nem fiquei chateada porque o assunto não era nada que me importasse. Tive, claro, vontade de perguntar sobre você, mas juro que foi apenas curiosidade, nada mais. Um assunto tão sei lá e só respondi. Ouvi uma voz conhecida, não tinha o mesmo sentimento. Nem o emissor, muito menos o receptor. Juro não ter sentido ruído no código. Foi apenas o rompimento de ligações. Algo que eu nunca entendi. As lembranças nunca irão, por mais que queiram, não vão, eu sei. Mas eu senti você se desvair. De mim, de dentro de mim. Leve. Me sinto e-xa-ta-men-te assim. E sinto que agora dá pra recomeçar...

bê-a-ésse-tê-a

Porque você não me nota? PORQUE? Não aguento mais olhar em tudo e não te achar, fazer de tudo pra você me ver e nada. Nunca nada. Chega. Pelo amor de Deus, chega! Prometi nunca mais na vida chorar por alguém. Me pego chorando por alguém que conheci há um mês. Não choro porque você é covarde demais para vim falar que não quer nada comigo. Não idiota, não é por isso. Choro porque, mesmo depois de um ano e sete meses tomando muita porrada do amor e enchendo dele cada dia mais, me acho uma estúpida por estar gostando de alguém de novo. O que eu achava também? Que você chegaria com seu cavalo branco, chapéu de príncipe, um amor no peito e palavras de carinho na ponta da língua? Realmente, eu não cresci. Tá mais do que na hora de entender que as pessoas não gostam como eu, que ninguém é assim. Só eu. Sempre eu. Sempre me esqueço como você realmente é: com seu burro de carga. chapéu de bobo-da-corte, muito bom humor e um feliz (ou não) oi! no rosto. É estranho não se sentir presente. Não sei nem definir. Me acho uma boba porque sei que você caga pra mim. Sim, essa é a palavra: CAGA! Tenta fazer uma média com algumas apalavras chochas, mas eu sei que na verdade você caga. Mas o pior que podia acontecer, já aconteceu. Sim, eu gosto de você. Gosto e odeio, cada vez mais. Mas a partir de agora eu vou colocar na cabeça que, no meu conto-de-fadas, você não serve pra mais nada, a não ser pra me fazer rir.

segunda-feira, 13 de abril de 2009






Quer prova maior

da existência

divina?

Foto: Laís Assis

domingo, 12 de abril de 2009

Um sentimento inexplicável


A gente vibra, xinga, grita, morde, chora, ri. Se descabela. Cai no chão. Grita quando não deve. Levanta quando não deve. Vira criança. Vira gente grande. Vira torcedor. Alguma coisa nos contagia, nos envolve. Alguma coisa que só aparece na hora que o nosso time entra em campo. Quando a gente entra em campo junto com ele também. O coração aperta e a vontade é de chegar no gramado, driblar o zagueiro, entrar na pequena área e jogar por baixo da perna do goleiro! GOOOOOOOOOOOOOOL! Pular a publicidade, beijar a camisa, subir pela contenção e ver o rosto de cada torcedor, gritando, vibrando! Único! Ninguém ganha um trocado por torcer. O jogardor não manda um beijo pra gente, ninguém te dá um ingresso, pelo contrário, às vezes você fica na fila horas, até dias, pra chegar na bilheteria e os bilhetes já terem acabado. Ninguém se quer, coloca o seu nome numa listinha no site do clube. Nada disso. Você paga. Paga pelo bilhete, pela camisa, paga com a sua voz, pelo incentivo! E quem disse que isso importa? Não. É a recompensa. De ver o seu time fazer um gol num jogo decisivo, beijar a camisa e respirar aliviado. A palavra a ser usada não deveria ser torcer. E sim amor.

Ao meu FLAMENGO..

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Um amor de Lisbela

Quem me dera agora um amor desses de cinema. Um amor que me arrastasse, me deixasse sem rumo. Um amor bonito, puro, sem pudores, sem poderes. Sem ciúmes, sem mágoas. Alguém que arrancasse uma flor pra me dar, que me desse a lua numa noite cristalina sem estrelas na metropóle. Que me dissesse o quanto coisas tão simples são tão lindas do meu lado: como o dedinho do meu pé é tortinho e isso me deixa um pouco mais serena, que a areia da praia fica até mais gostosa de pisar quando a gente está junto. Alguém que gostasse de andar de bicicleta às 6 da manhã, que quisesse um pique-nique a tarde, um barzinho com violão e suco de laranja com beterraba de noite, subir no alto de um morro e ver as estrelas de madrugada. Que fosse ao cinema no domingo, que fizesse curso de artesanato em uma semana, que ficasse sem me ver um mês e no outro, fosse embora comigo pelo Brasil a fora na boleia de um caminhão. Algum amor que topasse casar no sítio, passar a lua de mel no campo, sem hotel cinco estrelas e champanhe. Que tal uma casinha de sapê e uma limonada suíça? Depois disso tudo, renovasse nossos laços todos os dias com um beijinho na testa pela manhã. Um dia, com nossos quatro lindos filhos, iríamos ver a vovó, colocaríamos todos nas cadeirinhas na nossa kombi hippie e levaríamos leite das nossas cabrinhas pra ela. Eu quero dizer eu te amo, sonhar com alguém, olhar nos olhos e perceber que algo me completa, que com esse alguém eu nunca estaria sozinha. Quero me sentir inteira novamente...

a respeito de Di'as e noites


É uma felicidade simples.
Algo que vem de dentro.
Algo que não precisa forçar.
É a beleza gravada no momento.
É só um click.
A gravação do eterno.
Um sorriso.
É tão raro.
Traz tanta paz que as palvras são inúteis.
Diferente de mim,
não precisas escrever uma letra para transmitir o que sentes.
É a janela da alma.
Você olha e sente.
Olha e já lembra.
Nota e já chora.
Essa felicidade simples,
Essa vontade de viver,
Esse falta de pensar,
Essa espontaneidade de ser,
Me faz crer
Que um dia o mundo vai voltar a ser
O que tanto eu tenho a querer.
______________________
Foto: Mariane Dias

em 1999



Tô nervosa. Pareço uma criança de 8 anos quando vê aquele menininho que ela bate porque acha ele bonitinho. Eu mal consigo escrever. o suor escorre gelado pelo meu braço. Vontade de matar essas 2 pessoas que estão no nosso meio. Inveja da menina que, inocentemente, sentou do seu lado. Me sinto feia, desarrumada e fedendo, mesmo sabendo que eu não sou tão feia, minha roupa nem tá tão ruim e eu espero não estar fedendo.

Você fez um barulho tão fofo de nariz. Queria ser o seu nariz. Sua boca, seu dedinho do pé. Não entendo o porque disso tudo, essas coisas que me deixam nervosa. Você é tão normal, tão bonitinho, tão príncipe. Te olho pelo vidro da janela. Mal vejo seu reflexo, mas.. PROBLEMA! eu sei que você tá aqui.
Você ouve música, e eu queria que ouvisse meu nome.
Você é tão seguro de si, que eu tenho medo de mim.
Eu sou tão nervosa com tudo, que você tem calma de mim.
Mas chega! Seja pra mim, que eu serei pra você.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Alguém me interna no paraíso?


Não tá dando mais. Juro que não. Tem horas que, como diz meu amigo João, eu pareço uma esponja. A gente suga tudo que tá em volta. As pessoas, as situações. E, na maioria das vezes, elas são ruins. Não as pessoas, mas as situações sim. Vulcões que põem em risco cidades, a Terra treme e não deixa que sejam retirados os corpos que estão soterrados há mais de 40 horas, a seca em Sergipe, o degelo das calotas polares que ameaçam as cidades a beira do Ártico. Isso tudo não são as situações ruins das quais eu falo. É apenas a natureza se esgotando. Pra ela, assim como pra mim, não dá dando mais. Ela tá cansada de ver o homem derrubar as árvores e depois ela ter que fazer um esforço do cão pra elas nascerem novamente, porque, se dependesse de reflorestamento, o mundo já seria um grande pasto. Até que pra muitos valeria a pena. Estariam em seu habitat natural. Voltando às situações, o que é pior do que ver uma criança com má formação nas pernas se arrastando pelo vagões do trem pedindo ajuda pra levar comida pra mãe e pros irmãos? Pra mim, foi de cortar o coração. Me sinto inútil, fraca, o pior dos humanos (e olha que pra se sentir o pior dessa raça, tem que ser algo forte mesmo). Se eu não posso ajudar uma pessoa, como eu posso mudar o planeta? Como, se eu finjo que não vejo quem preciso de um pão, quem precisa de um trocado pra interar a passagem do ônibus, quem precisa de um ombro amigo pra chorar? Acho que não são tragédias, naturais ou criadas pelo homem, como as guerras, que precisam acabar para que o mundo melhore. Pare de ignorar tudo a sua volta, veja o outro como um ser humano, não como um obstáculo para atrapalhar seu dia, ame a natureza, note o que ela tem de melhor, procure perceber cada dia como uma dádiva. Muda, que o mundo muda com a gente.

sábado, 4 de abril de 2009

Metamorfose Ambulante



As coisas estão mudando tão depressa que eu já não sei responder quem sou eu. Ora sou amor, ora raiva. Ora fragilidade, ora agressividade. Sei que o mundo ficou mais verde, mais amarelo, mais preto com bolinhas brancas. Coisas que acontecem quando você se apaixona. Me apaixonei pela vida, pelos pássaros, pelas pessoas que passam apressadas pela Central do Brasil, por aquelas que nem me notam. Me encantei com os pobres cachorros que perambulam pelas ruas da Baixada e pelos carros luxuosos que engarrafam o Jardim Botânico todos os dias. A cada dia me sinto mais viva, mais bonita e até mais confiante no futuro. Acho que eu sou uma sonhadora...

Me olha. Me olha de novo.

"Você tem exatamente um segundo pra aprender a me amar..."



E todos os segundos passam, os minutos passam e logo, os dias passam e você não aprende nem a me olhar. Na minha cabeça, a dúvida crual entre deixar isso pra lá e cair na real que, mais uma vez, eu só fiquei na vontade, ou te parar no corredor, ou no raio que o parta, e falar tudo o que eu sinto, dizer que só penso em você, no seu sorriso, te agradecer porque seu rosto me fez esquecer outros rostos que não me mereciam, mesmo achando que o seu também não me merece. Essa dúvida se mistura com a minha carência louca que se acentua a cada beijinho de namorados vistos no bosque da faculdade. Porque não eu? Porque não eu e você? E mais perguntas sempre, sempre sem respostas. Vem, me diz que eu tô bonita, que meu sorriso te agrada, que meu jeito de andar te faz rir. Sorri. Sorri pra mim. Ou então chora. Diz que o mundo não te quer e pede pro meu mundo te querer, porque mesmo sem pedir ele já te quer. Me pego correndo pra ver se te alcanço no metrô. Me pego tentando te alcançar em pensamentos. mas você sempre ganha. Sempre me passa, sempre passa por mim e deixa além do seu perfume gostosinho, todo encanto que talvez você nem queria demonstrar . Assim a gente segue. Você no seu canto, com seus pensamentos ocultos, e eu, sempre saindo do meu canto e tentando me intrometer nos seus, demonstrando tudo, esperando que você note.

sábado, 28 de março de 2009

Maldita boca cheia de dentes

Sorriso. Segundo o pai dos burros: ato de mover os lábios com alegria. Segundo eu: minha algema. Me diz por que uma boca aberta e cheia de dentes faz tanto estrago com a minha pessoa? Cara, é só mais um sorriso como zilhões que dão todos os dias por essa imensidão azul. Não, não é. Em especial aquele de quinta-feira não foi. Aqueles não foram. Aconteceu algo diferente. A simplicidade, a espontaneidade talvez. Mas você não percebeu que esse simples ato causaria um caos nesse pequeno coração. Sorriso bobo com 32 dentes como qualquer outro, branco como qualquer outro, engraçado como a maioria. Mas essa normalidade me encantou e me fez ficar viciada nele, como um alcoolátra que não consegue ficar uma hora sem sua bebida. E eu viajo lembrando dele, lembrando da intensidade da minha recíproca e o quanto eu queria vê-lo durante horas, e ficaria dias respondendo-os da mesma forma sem me cansar. Mas você prefere respostas falsas, passageiras. Então fique com elas. Não vai demorar pra outro me algemar como aconteceu com o seu. Pra isso, ser passional serve.

sexta-feira, 27 de março de 2009




E você se faz de bobo, com esse joguinho inútil que só me faz te achar o cara mais infantil do mundo. E quanto mais te acho ridículo, mais me encanto por tudo o que você tem e eu nunca gostei, como esse seu brinquinho prateado que te deixa com cara de menino tímido e, na mesma hora, com cara de quem sabe o que fazer e não tá nem aí pra essa menina que jurou não se encantar mais com um garotinho de dezoito aninhos que finge que não me vê enquanto eu desço as escadas umas três vezes em menos de uma hora pra ver você sorrindo. Você nem tem aquela barba arrumadinha que eu acho sexy e muito menos aquele jeitinho hippie com calças e blusas largas e xadrez. Me pego com raiva do jeito como me escangalhei de rir com você falando aquelas coisas idiotas que qualquer garotinho da Zona Norte diria. Essa raiva me faz suar e ter vontade de te parar no corredor e perguntar se esses seus 40 centímetros a mais do que eu faz com que você não me perceba. Mas eu não vou fazer isso porque já estou calejada desses tipinhos que jogam fora menininhas que correm atrás. O problema é tirar essa situação da minha cabeça. Agora que eu acordo a noite e fico horas sem dormir pensando se você vai, enfim, vim falar comigo ou se vai preferir fingir que nunca me viu, ou ainda que eu sou apenas aquela que te empresto a caneta na semana passada. Então eu pego minha lapiseira chata e escrevo um ponto final nessa mísera história, louca para que você venha e o apague com sua borracha feliz.




Ps: esse texto não merece título.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ainda é com os outros. Ainda...



Guerra, violência, crise. A humanidade caminha dia-a-dia para um xeque-mate certeiro. E nós o que fazemos? Achamos simplesmente que os bombardeios na Faixa de Gaza é do outro lado do mundo, que onde moro não tem boca de fumo e até agora a milícia não chegou, que o Lula prometeu que a crise não afetaria o Brasil. E daí? Não é só isso. E a ganância, o luxo, o individualismo? Isso mora dentro de você. Não te corrói? Não te dói passar pela rua e ver alguém dormindo ao relento? Uma criança jogando bolinha no sinal pra conseguir um trocado? Talvez não. Com certeza deve ser mais fácil dizer: Culpa da desigualdade social. Duvido que na Suíça é assim! - ou pros mais intelectuais (lê-se: falsos idealistas): Culpa do sistema! Que sistema? Será que não é você o corrompido pelo sistema? Que só pensa em trocar de carro e exibir isso pros demais. A culpa dele não estar na escola é sua e do mundo que gira em torno do seu próprio umbigo. Tá na hora de acordarmos pra agir. Colocar o bloco da justiça na rua e não se calar por trás do conformismo. Agora não é hora de abandonar a luta. É hora de usar as suas armas contra o mal interno. É o começo do fim. Hoje são eles no sinal. Você não vai esperar até chegar a sua vez né?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ódio


Eu pensei que saindo de casa no carnaval conseguiria ter um feriado um pouquinho diferente desses meus dias um tanto tediosos. Mas não. Além daquele engarrafamento quilométrico e daquelas pesssoas loucas por sol e areia, nunca foi tão dificil estar em Angra dos Reis. Que sacrifício é estar num lugar deslumbrante como Angra dos Reis né? É. Realmente foi. Mas não porque eu sou anti social e odeie pessoas. Não. Tudo bem que eu prefiro estar com o minímo de pessoas desconhecidas possível. Mas dessa vez não foi por isso. Foi o seu fantasma me assombrando. Assombrando meu bloco, minha folia, minha Marquês de Sapucaí. Foi estar pensando em tudo o que eu fiz e ver que agora você caga pros nossos dias, nossa vida tão bem vivida. Tenho raiva. Raiva de você ter chego no meu sábado e não ter ido embora na quarta-feira de cinzas. E o pior é saber que vai ficar na minha quaresma, na minha páscoa, talvez até no meu natal. Odeio saber que você tem outro alguém pra rir com você, chorar com você e cuidar do seu coração que eu queria tanto cuidar. Odeio gostar ainda de você. Odeio te carregar no meu coração como um amuleto. Me odeio a cada dia que passa por saber o quão idiota eu sou por não te odiar por tudo o que você fez. Tudo o que você disse e nem fez questão de cumprir. Odeio esses meus dias sem você. Te odeio porque te amo demais. Por te carregar tão dentro de mim, eu me odeio.

em algum lugar dessa imensidão azul..

eu não me sinto a vontade para escrever. ainda não estou habituada com essa idéia de deixar toda essa insanidade simplesmente ganhar espaço fora de mim. mas acho mais fácil escrevê-las aqui do que ficar a noite acordada contando-as para meu edredon vermelho. juro que já tinha deixado de lado essas coisas de ficar remoendo certas lembranças, que pensaria na faculdade, nos meus amigos e nos meus amorzinhos infantis. juro que penso em tudo isso, mas não deixo de pensar em tudo que aconteceu. não adianta eu bancar a fortona, ou a esperta. querer ser minha amiga que consegue não se entregar (ou pelo menos tenta!). não adianta. eu não sou assim. eu não sei fingir que tenho vontade de ligar, de fazer presentes e escrever cartinhas toda semana. tá, eu sou uma criança. mas será que é necessário mudar esse jeito por causa de alguém? será que haverá alguém no mundo merecedor da minha mudança? se eu fosse dessas de trair e essas coisas, tudo certo eu mudar. qualquer pessoa do sexo mascuino mereceria isso. mas não. eu sou do tipo que fica em casa, que conta pros amigos como é feliz, que pensa em filhos. será que devo mudar meu jeito "menininha de família" pra ser uma qualquer que faz um joquinho manjado q tem qualquer um na mão? ah, não. não sou dessas. e pra ser sincera, até gosto de remoer as lembranças pra pôr de vez na minha cabeça que tá na hora de se enxergar, que com certeza vai ter um carinha nesse mundo imenso, mesmo que seja um soldado israelense há meses fora de casa, que vai dar valor pra esse jeito estranho, ou não, de amar. eu sei que existe.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Duas letras: eu



Dizem que conhecemos as pessoas pelos seus gostos. Ok. Vou deixar você me conhecer. Eu amo arroz, feijão, bife e cebola. Não precisa de batata frita não. Só cebola. Amo cheirinho de chuva na terra molhada. Amo artesanato, hippies, casinhas pequenas com plantas, cactos e orquídeas. Amo praia, mas não gosto de ficar me tostando no sol. Amo sol. Fico maravilhada com a perfeita sintonia entre o ceú e o mar num belo dia de sol. Amo chuva. Mas odeio me arrumar pra sair e não sair, principalmente porque começa a chover. Sou adepta do ecologicamente correto. Odeio gente que joga papel na rua. Odeio ver gente na rua. Odeio saber que vou chegar em casa e dormir no quentinho da minha cama enquanto tem alguém que passa frio na rua. Odeio ver gente chorar. Odeio mais ainda ver gente chorar por um motivo que não precisa existir. Odeio gente que se faz de vítima. Odeio não entender a cabeça das pessoas, mas sou uma verdadeira admiradora do ser humano. Principalmente do brasileiro. Mas brasileiro é raça que não se entende. Como, por exemplo, o que faz uma pessoa tão inteligente como Pedro Bial apresentar o Big Brother? Vai entender a cabeça dessa raça. Troco, sem pensar duas vezes, um passeio no shopping por um bom filme sábado a tarde. Mas não troco nada pelo jogo do meu Flamengo no domingo. Troco tudo por uma boa gargalhada. Por um dia do lado de um amigo. Por um sincero olhar. Não sou adepta de uma longa espera, mas espero bastante se precisar pela pessoa ideal. Amo a vida, meus amigos e meus amores. E juro, tô aprendendo a me amar...