segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não é pra ter coerência

Hoje. Um dia escuro, úmido, gelado. O vento na PUC parecia castigar tudo em volta. O frio tomava contava de pernas, braços, cabelos. A chuva fina e solitária se fazia presente. Parecia música. Dia triste, como disse Carol. Não acho, eu disse. Mas a partir de agora percebi que ele não é tão feliz assim. Uma sensação um tanto preguiçosa e inquieta. Fico sempre muito observadora nesses dias. Ouço música onde não existe. Como quando, no começo da tarde, passei pela praia de Copa. Aqueles versos de Vercilo eram tão fortes: "Na correria de Copacabana, mesmo ali, penso em ti. Até querendo te esquecer." E todas as pessoas pareciam caminhar em câmera lenta, parece que esperavam minhas palavras sem sentido, como essas que agora escrevo. Refletindo, notei que todos os dias são piadas da vida. Piadas nunca entendidas no momento, nunca. Amanhã não é um dia a se recordar, será apenas mais um. Uma piada que alguém contou a alguns anos. Que já me fez rir, me fez chorar, e hoje me faz pensar. Contradições são postas sobre a mesa a cada encontro. Tento segurar as cartas, mas, como sempre, me rendo, abandono, deixo o jogo em suas mãos, me recolho e vou. Já não me importo quem ganha ou quem perde. Não importa. Hoje, as ondas agitadas me levaram a um questionamento: mesmo com aquelas bruscas batidas, porque será que as pedras ainda suportam? De imediato, me respondi sem querer: as porradas do mar violento as fazem forte e elas não se abatem, porque sabem que logo vem a calmaria. Sábias. Ahh, tolos humanos tão discrentes do futuro. É tão mais fácil se entregar a enfrentar. É tão mais cômodo esperar uma ferida passar do que tentar curá-la. Tão tolos, mal sabem eles que feridas deixam cicatrizes...

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