sexta-feira, 26 de junho de 2009

Impotência

A vida é uma piada. Sim, não me canso de dizer. Uma piada, e, muita das vezes, daquelas que fazem chorar. Se você não acha, é porque ainda não a enxergou com os olhos do outro.
Ontem tive um dia maravilhoso, também não me canso de dizer. Tudo foi muito bom, deu tudo certo. Assisti ao jogo da seleção ao lado de pessoas que aprendi a amar, pude dizer aos que gosto o quanto gosto deles. Realmente, um dia para se anotar na agenda e botar um clip verde fluorescente para marcar bem.
Mas hoje, passando embaixo do viaduto do Rebouças, vi um meninp, com uns onze anos, chinelo, e nas mãos, uma caixa. Estava vendendo algo que não consegui ver o que era. Mas não foi isso que me chamou a atenção.
Chove no Rio de Janeiro. A água formaça poças na rua e ele, com uma aparência totalmente desanimada, arrastava os chinelos nelas em direção a um táxi parado no sinal.
Era nítido seu cansaço e a vontade louca de não estar ali. Devia sentir frio, pois eu, com meu casaco e tênis, sentia minhas mãos congelarem. Me dói. As lágrimas se amontoam nos meus olhos como represas.
Queria fazer com ele tivesse um dia tão bom como o meu de ontem. Queria que ele pudesse rir, tirar fotos e sentir saudade de momentos felizes, com eu sei que terei.
Como diz minha mãe, a vida é difícil.

sábado, 20 de junho de 2009

Faça a sua parte !

Por isso que eu digo: deixa cada coisa acontecer no seu tempo. Ahh, amanhã você fala, ou uma hora acontece, ou ainda, não vou morrer amanhã mesmo. O tempo é longo e os dias parecem passar bem devagar. Você acorda às 9 da manhã e ainda tem 15 horas à sua disposição. Tempo de sobra pra fazer o que quiser. Sem contar que amanhã você ainda terá mais 24, e no outro dia 24 e por aí vai. É o ditado: a pressa é inimiga da perfeição. Escuta só hein?
Atenção: Se você leu o primeiro parágrafo e concordou com tudo, nem precisa ler os próximos.
Você está completamente enganado.
Vai deixar pra amanhã é? Quer muito pedir desculpas à alguém e vai deixar pra amanhã? E se essa pessoa não acordar mais? Você vai sentir remorsos. Acha que 24 horas é muita coisa. Com a correria do dia-a-dia, isso se compara a segundos. É pouco comparado ao tempo que o mundo exige de nós.
Semana que vem você faz? Na semana que vem as situações podem ser totalmente o oposto do que hoje são. Pode não haver nada propício ao seu desejo, e você vai pensar: Ahh, semana passada dava pra eu ter dito. Agora vai ficar chupando dedo na vontade.
A vida é muito curta, meus caros. O ontem já é hoje e, se bobear, o amanhã já passou. Nosso relógio tem tempo cronometrado. Como diz Pedro Bial em sua crônica sobre a morte: Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Ironia não?
Então não deixe nada pra depois. Diga, chore, cante, ria, e se arrependa depois, se quiser. Mas faça. Lembre-se que, na vida, de nada adianta você só querer, tudo precisa de um empurrãozinho nosso.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Papo de adolescência atrasada

Não sei se você me entende, se realmente compreendeu o que leu. Não sei se sou apressadinha demais e acho que tudo deve acontecer o mais rápido possível. É que sabe, tenho uma vontade imensa de te abraçar. Parece ser tão aconchegante... e é tudo tão propício. Frio, aconchego. Mas fica sempre um climinha de 'oi!' que me deixa stressada. Eu digo um clássico 'oi!' e dou um clássico sorriso e tento fazer a cara mais clássica do mundo. Não adianta, eu só tento. É mais forte do que fazer uma cara que não tô com vontade de fazer. Queria dizer 'Olá! Tá bem?' e ganhar um abraço bom e fazer aquela clássica cara de boba que se faz quando você admira o jeitinho de alguém. Você me diz que meu texto daria um bom roteiro. Eu digo que tá virando um filme. Vai deixar virar um filme? Ahhh, é muito longo! E, cara, juro pra ti, não tenho muita paciência. Prefiro as coisas sem demora, sem 'deixar rolar', por mais que ás vezes eu tente fingir que consigo deixar. EU NÃO CONSIGO! Tá então. Eu vou tentar ir deixando. Enquanto isso, eu te olho de longe. Você arrastando o sapato pra andar e dando aquele sorriso leve. Lindo sorriso leve...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Nosso pseudo-lero-lero

Oi. Quer me ouvir? Não. Mas vai.
Engraçado, falo sobre esse 'sentimento', que ainda nem sei se é um sentimento propriamente dito, com tanta ênfase que pareço já te conhecer há tanto tempo. Ahhh, duas semans e meia já é um tempinho né?
Antes que pensem que já te juro amor eterno, entenda que não há um pensamento futuro, nem planos, não. Já passei desses dias. Acredite, é sério.
Gostei do seu jeito. Educado, atencioso. Bom humor.. que agradável!
Sabia que eu sonhei com você? Não foi um sonho dos melhores. Você nem me elogiou, nem cantou uma música de amor, nem declamou um poema, nem me colocou num cavalo branco.
Ahhhh, você não acredita?! Não, não precisa. Não precisa nem acreditar, nem precisa de nada disso que citei.
Você sorriu. Sorriso leve, descompromissado. Bom de ver.
É.. de cara assim, não temos nada em comum. Você acha que precisa? Eu acho que não.
Tô feliz de estar assim. É quase um desafio te querer bem, mas eu tô legal.
Quer me dizer alguma coisa? Não? Então tá.
Não se inquiete.
Deixa o tempo fluir, as horas passarem..
Deixa a vida cuidar do nosso.. É a dádiva.

cotidiano


Os meus dias estão sendo cantados por uma melodia suave. Bossa nova, rock n'roll. O passado já quase não me atormenta e a tristeza já não me machuca. Valorizo cada dia mais as cores, o balanço, a simplicidade. Inveja, ódio e tudo mais me dá pena, pois a vida é curta demais para deixar passar a dádiva cotidiana. E daqui pra frente assim será. Apenas flores, sonhos, carinho, coração.

sábado, 6 de junho de 2009

estalo de realidade

é só uma foto e milhares de lembranças. ele já se foi. foi. tá longe. dá pra entender, coração?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não é pra ter coerência

Hoje. Um dia escuro, úmido, gelado. O vento na PUC parecia castigar tudo em volta. O frio tomava contava de pernas, braços, cabelos. A chuva fina e solitária se fazia presente. Parecia música. Dia triste, como disse Carol. Não acho, eu disse. Mas a partir de agora percebi que ele não é tão feliz assim. Uma sensação um tanto preguiçosa e inquieta. Fico sempre muito observadora nesses dias. Ouço música onde não existe. Como quando, no começo da tarde, passei pela praia de Copa. Aqueles versos de Vercilo eram tão fortes: "Na correria de Copacabana, mesmo ali, penso em ti. Até querendo te esquecer." E todas as pessoas pareciam caminhar em câmera lenta, parece que esperavam minhas palavras sem sentido, como essas que agora escrevo. Refletindo, notei que todos os dias são piadas da vida. Piadas nunca entendidas no momento, nunca. Amanhã não é um dia a se recordar, será apenas mais um. Uma piada que alguém contou a alguns anos. Que já me fez rir, me fez chorar, e hoje me faz pensar. Contradições são postas sobre a mesa a cada encontro. Tento segurar as cartas, mas, como sempre, me rendo, abandono, deixo o jogo em suas mãos, me recolho e vou. Já não me importo quem ganha ou quem perde. Não importa. Hoje, as ondas agitadas me levaram a um questionamento: mesmo com aquelas bruscas batidas, porque será que as pedras ainda suportam? De imediato, me respondi sem querer: as porradas do mar violento as fazem forte e elas não se abatem, porque sabem que logo vem a calmaria. Sábias. Ahh, tolos humanos tão discrentes do futuro. É tão mais fácil se entregar a enfrentar. É tão mais cômodo esperar uma ferida passar do que tentar curá-la. Tão tolos, mal sabem eles que feridas deixam cicatrizes...