segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

À espera.

E dessa vez eu sei o que está acontecendo.

Tá. Talvez eu saiba sim. Já se passou tanto tempo, mas eu sei que essa coisa se escondeu em algum cantinho desse coração machucado. Ela se guardou no abismo entre a crença e a descrença, entre o sabor amargo da desilusão e a doçura de uma paixão.

Demorou. Exatamente dois anos pra isso reaparecer. Pra tomar conta de mim, como um vulcão de nome estranho que entra em erupção e cria um caos aéreo ao redor do mundo. O caos está instaurado. E me deixou completamente aérea.

Hoje acordo de madrugada assustada, apalpando o parapeito da janela à procura do celular. Uma mensagem. Só uma mensagenzinha de boa noite. E o que aquele bendito envelope não faz com meu coração. Eu sento na cama, abro os olhos com toda dificuldade e leio palavra por palavra de uma frase qualquer.

Mas eu sinto medo. Não quero que tudo acabe, que você fuja por entre meus sonhos e seja mais um que balançou esse coração frágil. Não. Quero que você fique, que faça morada boa, que me leve ao topo da pedra e que de lá demore a sair. Quero que você faça do meu coração um cais, onde possa amarrar seu barco nos dias de tempestade. Quero que você faça da tormenta seu lago mais sereno. Você já tem permissão para aportar.